Os mistérios da Maternidade de Maria Santíssima...
É certo que os Evangelistas evitaram falar muito de Nossa Senhora, ou por pedido Dela, ou para evitar um culto equivocado à Mãe de Deus junto a um povo que era politeísta. Mas o pouco que falam, falam muito!
Ela é verdadeiramente Mãe de um Deus que é Homem e de um Homem que é Deus. Ela é verdadeiramente nossa mãe quando, aos pés da cruz, Nosso Senhor a confiou a S. João. Ela é a onipotência suplicante que é capaz de mudar a "hora" de Deus. Ela é verdadeiramente Imaculada, isenta do Pecado Original, sendo o "tabernáculo" puríssimo que Deus escolheu para si. Os evangelistas em suas liturgias, entretanto, muito falaram de Nossa Senhora, como veremos nos tópicos seguintes, que demonstram, que não se há dúvida à grandeza do nome da Virgem de Nazaré, a Mãe de Deus, a Imaculada Conceição, a Onipotência suplicante, a Medianeira universal de todas as Graças, assunta ao Céu de corpo e alma, Rainha dos homens e dos anjos.
Os "irmãos de Jesus"
Em diversos lugares, o Evangelho fala desses 'irmãos'. Assim, S. Marcos e S. Lucas referem que 'estando Jesus a falar, disse-lhe alguém: eis que estão lá fora tua mãe e teus irmãos que querem ver-te"
(Mt 12, 46-47; Mc 3, 31-32; Lc 8, 19-20). S. João, por sua vez, fala de tais 'irmãos' (Jo 7, 1-10).
A objeção que algumas pessoas fazem, referindo-se a essas passagens Bíblicas dizendo que Jesus tinha outros irmãos, apenas mostra uma ignorância da própria Bíblia que dizem conhecer.As línguas hebraica e aramaica não possuem palavras que traduzam o nosso 'primo' ou 'prima', e serve-se da palavra 'irmão' ou 'irmã'.
A palavra hebraica 'ha', e a aramaica 'aha', são empregadas para designar 'irmãos' ou 'irmãs' do mesmo pai, não da mesma mãe (Gn 37, 16; 42, 15; 43, 5; 12, 8-14; 39, 15), sobrinhos, primos irmãos (1 Par 23, 21), e primos segundos (Lv 10, 4) - e até 'parentes' em geral (Job 19, 13-14; 42, 11). Os trechos acima demonstram, sem nenhuma dúvida, que a palavra 'irmão' era uma expressão genérica, geral.
Há muitos exemplos na Sagrada Escritura. Lê-se no Gêneses que 'Taré era pai de Abraão e de Harão, e que Harão gerou a Lot (Gn 11, 27), que, por conseguinte, vinha a ser sobrinho de Abraão. Contudo, no mesmo Gênesis, mais adiante, chama a Lot 'irmão de Abraão' (Gn 13, 3). 'Disse Abraão a Lot: nós somos irmãos" (Gn 14, 14) Jacó se declara irmão de Labão, quando, na verdade, era filho de Rebeca, irmã de Labão (Gn 29, 12-15).
Fica no entanto esclarecidos que no Novo Testamento, os 'irmãos de Jesus' não eram filhos de Nossa Senhora. Os supostos 'irmãos de Jesus' são indicados por S. Marcos: "Não é este o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão e não estão aqui conosco suas irmãs?" Tiago e Judas, conforme afirma S. Lucas, eram filhos de Alfeu e Cleófas: 'Chamou Tiago, filho de Alfeu... e Judas, irmão de Tiago" (Lc 6, 15-16). E ainda: "Chamou Judas, irmão de Tiago" ( Lc 6, 16) Quanto a 'José', S. Mateus diz que é irmão de Tiago: "Entre os quais estava... Maria, mãe de Tiago e de José" (Mt 27, 56). Em S. Mateus se lê: "Estavam ali (no calvário), a observar de longe...., Maria Mágdala, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu".
Essa Maria, mãe de Tiago e José, não é a esposa de S. José, mas de Cleofas, conforme S. João (19, 25). Era também a irmã de Nossa Senhora, como se lê em S. João (19, 25): "Estavam junto à Cruz de Jesus sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria (esposa) de Cleofas, e Maria de Mágadala". Simão, irmão dos três outros, 'Tiago, José e Judas' são verdadeiramente irmãos entre si, filhos do mesmo pai e da mesma mãe. Alfeu (ou Cleophas) é o pai deles. Da mesma forma, se Nossa Senhora tivesse outros filhos, ela não teria ficado aos cuidados de S. João Evangelista, que não era da família, mas com seu filho mais velho, segundo ordenava a Lei de Moisés. Eis um dilema sem saída, pois os 'irmãos de Jesus' são filhos de Maria Cléofas e Alfeu. Também decorre uma pergunta: Por que nunca os Evangelhos chamam os 'irmãos de Jesus' de 'filhos de Maria' ou de 'José', como fazem em relação à Nosso Senhor? E como, durante toda a vida da Sagrada Família, os números de seus membros, é sempre três?
A fuga para o Egito, a perda e o encontro no templo, etc... Desta forma, fica provado o equívoco levantado por alguns dizendo que Jesus tinha outros irmãos.