sábado, 31 de maio de 2008

Nossa Senhora de Lourdes - BERNADETE INGRESSA NO CONVENTO

Nossa Senhora de Lourdes - BERNADETE INGRESSA NO CONVENTO

Do dia 16 de junho de 1858, data da última Aparição de Nossa Senhora, até junho de 1866, quando iniciou sua viagem para entrar no Convento de Saint Gildard em Nevers, conviveu com as Irmãs do Hospício, na sua cidade, freqüentou a escola onde adquiriu um pouco de instrução e exercitou um profícuo apostolado junto aos doentes internos. Mas foi também um período difícil de sua vida, porque era solicitada e importunada em todos os momentos, por curiosos, por pessoas que queriam o seu autógrafo, queriam vê-Ia, assim como tocar-lhe e fazer-lhe perguntas.
Foi assediada também por diversas Ordens Religiosas que a queriam, cada uma desejava que ela entrasse em sua Comunidade. Mas inicialmente, preferiu continuar ao lado dos pais e irmãos.
Com o passar do tempo e o sempre crescente número de visitantes, fizeram com que sentisse a necessidade de isolar-se, para poder trabalhar, para ser útil de alguma forma e não ficasse apenas como um objeto de admiração pública.
Por esse motivo começou a pensar em ingressar num Convento. Mas havia outros problemas que interferia e dificultava a sua decisão: a asma crônica, sua pobreza que não lhe permitia ter um dote e a falta de instrução.Entretanto, com o passar dos meses a convivência em casa estava tornando-se impossível, em face dos motivos mencionados, por isso decidiu-se e escreveu para Nevers pedindo autorização para entrar no Convento.
A resposta veio positiva.Em 7 de julho de 1866, às 22 horas e 30 minutos, desembarcava na estação ferroviária de Nevers, acompanhada de mais duas postulantes, Maria e Leontina, e de duas Superioras da Comunidade.No dia 8 de dezembro teve uma grande tristeza com a noticia da morte de sua mãe Luisa com 41 anos de idade.Bernadete encontrou em sua vida de Convento as dificuldades naturais que o ciúme pode causar a algumas pessoas , por ter sido ela a preferida da Virgem Mãe, apesar de ser tão modesta, simples e sem qualquer instrução.E foi com muito sofrimento, com um imenso amor pelo próximo, um perseverante espírito de disciplina e obediência inigualáveis, que conseguiu superar todos os momentos difíceis.
Respeitosamente acatava as decisões e as ordens das Superioras, mesmo que ás vezes denotassem um excesso de rigor ou que fossem na maioria das vezes ofensivas, aceitando-as sem discuti-las, com um singelo sorriso.No dia 30 de Outubro de 1867 fez a sua "Profissão de Fé". Sua voz era firme e sem afetação.
Compromete-se por toda a vida a praticar a pobreza, a castidade, obediência e caridade.Foi escolhido para ela o emprego da Oração e auxiliar na Enfermaria da Casa Mãe.Com a morte da Enfermeira Chefe Irmã Marta a 8 de Dezembro de 1872, por iniciativa própria, assumiu a responsabilidade da Enfermaria, sem nomeação das Superioras, tomando sobre si todas as tarefas e atribuições da função. É assim que organizou a Enfermaria, colocou rótulos nos produtos relacionou as diversas poções, escrevendo as formulas, tudo com capricho e interesse. E também, com invulgar dispensava atenção e carinho a todas que necessitavam de seus serviços.No dia 4 de março de 1871 recebeu um telegrama que trazia a notícia da morte de seu pai.
Chorou muito, com imensa saudade dele. Dias depois escreveu à Maria sua irmã:"Venho chorar contigo. Fiquemos no entanto submissas, embora bem desgostosas, à mão paternal que nos bate tão duramente há algum tempo. Levemos e beijemos a Cruz".A 3 de junho de 1873 sua saúde não estava bem, teve uma séria e preocupante recaída.
Ninguém duvidava de que fosse morrer. Recebe a Extrema Unção pela terceira vez. No entanto, dias depois, melhorou e voltou a rir e a ter disposição para o seu trabalho na Enfermaria.A 11 de dezembro de 1878, deita-se definitivamente na sua "Capela Branca", como chamava o seu leito na sala da enfermaria, porque ele possuía um grande cortinado que o envolvia. Colocou próximo a imagem de São Bernardo de Claraval, seu padrinho de batismo.Padre Febvre, seu último confessor e que constantemente estava em sua companhia, enumera as suas enfermidades:Uma asma crônica, dilacerante do peito, acompanhada de vômitos de sangue que duraram dois anos. Tinha aneurisma (desenvolvimento da aorta), uma gastralgia, um tumor no joelho... Enfim, durante os dois últimos anos, a cárie dos ossos, de forma que seu pobre corpo era o receptáculo de todas as dores. Também, formaram-se abcessos nos ouvidos da Irmã Maria Bernarda que a afligiram com uma surdez parcial que lhe foi muito custosa e não cessou senão algum tempo antes da morte..
A partir do dia em que fez os votos perpétuos, a 22 de setembro de 1878, os sofrimentos redobraram de intensidade e não cessaram senão com a morte. A sua ambição, que escondia e não permitia que as pessoas soubessem, era o seu imenso desejo de ser uma vítima para o SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS.